Entre os muitos sintomas que podem acometer as mulheres durante o período da menopausa, as ondas de calor são as mais citadas. No Brasil, um estudo aponta que a prevalência de sudorese intensa é de 70,3% em mulheres na transição do climatério ¹.
Mas, para evitar grandes impactos na qualidade de vida, é necessário entender melhor sobre o calor da menopausa, por que ele acontece e o que fazer para reduzi-lo. Afinal, ninguém gosta de suor excessivo, não é mesmo?
Se você deseja saber mais sobre esse assunto, continue a leitura e saiba o que é bom para o calor da menopausa!
Calor da menopausa: por que?
Antes de falarmos sobre o calor da menopausa, vamos explicar brevemente o que é essa fase do climatério que acontece, via de regra, com todas as mulheres.
O climatério é o período de transição entre a fase reprodutiva e a não reprodutiva que afeta as mulheres por volta dos 40 anos. Essa etapa leva à menopausa, que é a total cessação da menstruação após 12 meses consecutivos ³.
Esses momentos são marcados por grandes alterações hormonais, funcionais e morfológicas no organismo de forma geral ³. Não há uma regra que defina quanto tempo dura o calor da menopausa, entre outros sintomas. Essa fase pode ser rápida e durar semanas ou então de 10 a 20 anos, por exemplo ⁴.
Mas, por que acontece o calor da menopausa? As variações dos hormônios, como a queda de produção de estrogênio e progesterona, afetam o bom funcionamento do hipotálamo (pequena região do cérebro), como a regulação da temperatura do corpo, a qualidade do sono e a composição do sangue ⁴.
Além disso, essas alterações contribuem para a mudança de humor e de comportamento, podendo gerar irritabilidade, depressão, angústia e ansiedade ⁴. O déficit de estrogênio também causa a porosidade dos ossos, contribuindo para o surgimento da osteoporose, e ainda deixa a pele mais seca e menos firme ⁴.
Alguns estudos sugerem que o calor da menopausa pode ser potencializado por fatores como o consumo de álcool, tabagismo, peso corporal, sedentarismo, cirurgia para a retirada de ovários, entre outros ¹.
Os sintomas vasomotores surgidos nessa fase da vida envolvem além de ondas de calor: também palpitações (aumento da frequência cardíaca), tontura e sudorese noturna ¹.
Pesquisas sugerem que esses sintomas acometem mulheres nas três fases, pré-menopausa, perimenopausa e pós-menopausa. Mas, geralmente, é na perimenopausa que o calor se intensifica ¹.
Outros estudos sugerem ainda que o calor da menopausa varia de acordo com raça, cultura e etnias, por exemplo ²:
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entre 68 e 82% nos Estados Unidos;
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60% na Suécia;
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62% na Austrália;
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70,3% no Brasil.
Outros dados levantados pelo Study of Women’s Health Across the Nation (SWAN), revelaram que, nos Estados Unidos, as ondas de calor afetam também de forma diferente cada etnia: mulheres afro-americanas (45,6%), seguidas por hispânicas (35,4%), caucasianas (31,2%), chinesas (20,5%) e japonesas (17,6%) ¹.
Como é o calor da menopausa?
O calor da menopausa pode ser conceituado como: períodos transitórios de intenso calor na parte superior do corpo, como braços e rosto, seguidos de sudorese profunda e enrubescimento da pele, deixando com tom avermelhado ¹,².
As ondas de calor, geralmente, também são acompanhadas por palpitações, calafrios e sensações de ansiedade ².
Outras consequências do calor excessivo nessa fase da vida são alterações do sono, gerando aumento da fadiga, da irritabilidade, do desconforto físico, do esquecimento etc ¹.
Cerca de 40 a 70% das mulheres que procuram consultas médicas são devido às ondas de calor na perimenopausa ².
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Como acabar com o calor da menopausa?
A menopausa é o período de falência ovariana. Ela pode ser natural, que acontece com a idade, ou cirúrgica, com a retirada de ovários e do útero, por exemplo. Ambas afetam a qualidade da vida feminina, porém, no último caso, as mudanças são mais repentinas, pois há uma queda muito brusca nos níveis dos hormônios ¹.
Logo, aprender o que é bom para o calor da menopausa é essencial para garantir um maior bem-estar no dia a dia e não desencadear outros sintomas de efeito dominó, como noites mal dormidas, fadiga diurna, alteração de humor, dificuldade de memória e de atenção etc ³.
Mesmo não podendo evitar a fase do climatério, é possível buscar diferentes tratamentos para melhorar seus sintomas e prevenir também complicações decorrentes da menopausa, como a osteoporose, o câncer e as doenças cardiovasculares ³.
Reposição hormonal
Um dos tratamentos mais realizados em mulheres é a terapia de reposição hormonal (TRH), que nada mais é do que a reposição de estrogênios e/ou progesterona no organismo ⁴.
O estrogênio é o mais utilizado para aliviar os sintomas vasomotores, como ondas de calor, sudorese intensa e palpitações ³.
A TRH pode ser feita de duas formas ⁴:
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hormônios sintéticos ( método tradicional): estão disponíveis como comprimidos, adesivos aplicados sobre a pele, percutâneos ou creme vaginal;
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hormônios naturais e/ou bioidênticos ( método alternativo): envolve alimentação e substratos obtidos de vegetais, como a soja, e são chamados de fitoestrogênios. Ótimo para mulheres que possuem alguma contraindicação do consumo do hormônio sintético.
Essas substâncias das plantas possuem efeitos parecidos aos estrogênios. As principais e mais utilizadas como tratamentos da menopausa são os flavonóides e a isoflavona, presente principalmente na soja e alguns de seus derivados ⁴ .
Os fitohormônios podem ser encontrados em formas de cápsulas, suplementos alimentares e em diversas folhas, frutos, raízes e sementes, como o yam mexicano, o alcaçuz, a linhaça, a soja e o trevo vermelho ⁴.
No Brasil, um estudo feito por ginecologistas demonstrou que houve uma redução de 25,2% na indicação de hormônios sintéticos e que, cerca de 46% desses médicos, estão indicando a isoflavona, tranquilizantes e outros remédios naturais para combater os principais sintomas da menopausa ⁴.
Deve-se consultar o seu médico de confiança, já que as formas e a quantidade de consumo de hormônios variam de pessoa para pessoa ³.
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Outros tratamentos
Há também outros tratamentos e mudanças de hábitos que são considerados bons para o calor da menopausa.
Um deles é a homeopatia, muito consumida por mais de 150 anos. 90% das mulheres de um estudo alegaram que o consumo de medicamentos homeopáticos reduziu ou eliminou alguns sintomas da menopausa após 15 dias de uso contínuo ³.
Sobre as mudanças de hábito para diminuir a sensação de calor intenso, recomenda-se ²:
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baixar a temperatura do ambiente;
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consumir alimentos e bebidas frias;
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parar de fumar;
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praticar atividades físicas regularmente;
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fazer exercícios de relaxamento.
Mesmo que seja indesejável, o calor da menopausa pode ser minimizado e até eliminado. O importante é procurar um médico e iniciar o tratamento o quanto antes. Lembramos, portanto, que não dá para saber quanto tempo dura o calor da menopausa.
Por isso, quanto mais cedo descobrir como é o calor da menopausa e iniciar as terapias hormonais e/ou naturais, melhor será a sua qualidade de vida durante essa fase.
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Santos-Sá, Danielle, et al. Fatores associados à intensidade das ondas de calor em mulheres em climatério. Revista da Associação Médica Brasileira 52 (2006): 413-418.
Santos-Sá, Danielle, et al. Fatores associados às ondas de calor em mulheres climatéricas: inquérito populacional domiciliar. Revista Brasileira de Ginecologia e Obstetrícia 26 (2004): 765-771.9
de FIGUEIREDO, Andressa Leme, Lígia Cury CASULA OLIVEIRA, e Fabricia Helena SANTELLO. Menopausa: conceito e tratamentos alopático, fitoterápico e homeopático. PRÓ-REITORIA DE PÓS-GRADUAÇÃO E PESQUISA (2011): 59.
Meneghin¹, Lourdes Antonia, e Simone Bortolan. Menopausa e terapia de reposição hormonal. (2014).
CAVADAS, Luís Filipe, et al. ABORDAGEM DA MENOPAUSA. Acta Med Port 23 (2010): 227-236.