Se você não tem ou nunca teve dor nas costas, está de parabéns! Você faz parte de uma minoria. Estudos focados em desvendar o que pode ser dor nas costas constataram que ela é um caso de saúde pública em diversos países do mundo ¹.
Esse tipo de dor acompanha o homem desde os primórdios dos tempos. Calcula-se que cerca de 70 a 85% da população terá algum sintoma de dor de costas ao longo da vida ¹.
Ou seja, é vital para a sua saúde e qualidade de vida entender tudo o que envolve esse assunto. O que é considerado dor nas costas? Quais são as principais causas? Como melhorar a dor nas costas? Continue a leitura e saiba mais.
O que é dor nas costas?
Antes de falarmos sobre o que pode ser dor nas costas, vamos buscar entender mais o conceito dessa expressão. Ela é uma das queixas mais constantes do mundo. Por exemplo: a dor lombar se destacou por ser um o sintoma mais comum de limitação física em trabalhadores abaixo de 45 anos ³.
Em um estudo realizado com 972 adultos de 20 a 69 anos de idade, de ambos os sexos, a dor nas costas foi definida como qualquer tipo de dor ou desconforto em alguma região das costas, como a região cervical, torácica e lombar. Veja os resultados dessa pesquisa: ¹
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63,1% disseram ter dor nas costas;
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40% afirmaram ser na região lombar.
O sexo feminino ainda apresentou maior queixa sobre esse sintoma. Alguns especialistas sugerem algumas explicações para esse fato, como a rotina mais exaustiva da mulher, com realização de tarefas de casa e trabalho. Há sobrecarga ergonômica com atividades repetitivas, postura viciosa e trabalho em alta velocidade ¹.
Além disso, as mulheres costumam apresentar características com menor estatura, menos massa muscular e óssea, articulações mais frágeis, entre outros fatores anatomofuncionais ¹.
Entenda sobre a coluna vertebral
Mas, por que as pessoas sentem tanto dor nas costas? Para você compreender melhor, vamos explicar brevemente a composição da coluna vertebral.
Ela é o eixo central do corpo humano. A coluna vertebral exerce diversas funções vitais para sobrevivência, como sustentação e movimentação do corpo, protegendo a medula espinhal com uma proteção dos ossos ³.
O eixo de suporte é composto por alguns elementos, como corpos vertebrais, discos intervertebrais, ligamentos. Já o de movimentação possui arcos neurais e articulações ³.
A coluna vertebral tem quase 100 articulações, distribuídas por segmentos, com curvas fisiológicas. Ela também fornece equilíbrio e postura com toda uma harmonia no funcionamento de suas vértebras, discos, ligamentos, músculos, vasos e nervos ².
A flexibilidade dela acontece mais na região da lombar e da cervical, e permite a dissipação de forças. Os discos intervertebrais que promovem essa movimentação atuam como amortecedores da coluna ².
Quanto mais jovem é o disco vertebral, mais ele possui de água, de flexibilidade e de altura. Ao envelhecer, o disco fica mais seco, com menos presença de água e tem perda de flexibilidade, sendo comprimido, e, consequentemente, diminuindo a altura da pessoa. Por isso, em idades mais avançadas, o disco intervertebral sofre fissuras e rachaduras ².
O bom funcionamento da coluna vertebral depende da integridade desses discos. Com o mau uso da coluna ou o envelhecimento, os discos sofrem processos excessivos de compressão por diversos fatores. Como a força da gravidade e excesso de peso carregado ².
Entenda agora o que pode ser dor nas costas e veja como adaptar o seu corpo para reduzir ou eliminar o desconforto.
O que pode ser dor nas costas?
Veja as causas mais comuns na população mundial e entenda o que pode ser nas costas.
Insuficiência muscular
Os músculos fracos podem ser resultado de uma vida sedentária ou alguma doença que afete a força e a resistência deles ².
A falta de exercícios regulares e passar longos períodos sentados contribuem para atrofiar os músculos do tronco, causando instabilidade vertebral e problemas nas articulações ².
Traumas
A coluna vertebral sofre diversos microtraumas todos os dias. Podendo também sofrer algum acidente com macrotraumas ².
Os pequenos traumas são causados pelos esforços e má posturas durante a vida, como no trabalho, no transporte, em casa e no lazer ².
Eles são impactos que podem causar lesões diretas ou efeito cumulativo de microlesões e acabam afetando diretamente a saúde da coluna ².
Normalmente, mais de 80% dos casos nos consultórios médicos são por motivos físicos, como esforço excessivo, compressão, artroses e traumas ².
Posição em pé
Você sabia que os animais quadrúpedes (que se sustentam em quatro patas) sofrem menos pressão na coluna vertebral e, principalmente na região lombar ²?
O ser humano, por ser bípede, acaba sofrendo mais processos degenerativos na coluna ².
Envelhecimento
Não tem como fugir: o corpo se transforma ao envelhecer. E essa também é uma das causas do que pode ser dor nas costas.
O aparelho musculoesquelético reduz a sua elasticidade e pode sofrer deformidades. A osteoporose também aparece mais em mulheres após a menopausa ².
Ou seja, a própria modificação do corpo e da coluna vertebral contribui para mais dor nas costas durante essa fase da vida.
Doenças
O que pode ser dor nas costas também engloba algumas doenças sistêmicas, como nas áreas do tórax e do abdômen. É preciso fazer exames para investigar a causa da dor ².
Tensão emocional
As emoções fazem parte da característica do ser humano e afetam diretamente o corpo, como a contração ou o relaxamento dos músculos e a postura da coluna ².
Situações excessivamente estressantes e constantes geralmente ocasionam a contratura muscular e afetam a postura original da coluna, causando dor e até deformidades em sua estrutura ².
Má postura
A sociedade moderna é muito afetada pela má postura diária. Mas, o que é a má postura? Ela é definida quando há descompensação na coluna. Ou seja, quando trabalha além da sua faixa de segurança, gastando muita energia para esforços mínimos ², como ficar sentado.
A má postura causa ²:
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excesso de tensão dos ligamentos e dos músculos;
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desgaste dos componentes da coluna vertebral;
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alteração da anatomia e fisiologia da coluna.
Ela é a responsável pelo organismo buscar se adaptar à posição inadequada. A natureza compensa promovendo um reforço das estruturas utilizadas com constância, formando calcificações. Como os bicos de papagaio (artroses) e esporões ².
Além disso, os ossos também se adaptam com tanta pressão recebida, que acaba aumentando a sua espessura para ficar mais resistente durante a má postura ².
A postura inadequada também pode ser causada por uso constante de saltos altos ou seios maiores e mais pesados, causando sobrecarga nas costas ².
Normalmente, o que pode ser dor nas costas é mais relacionado a um conjunto de causas, como ²:
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idade, sexo, renda e escolaridade;
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tabagismo e prática de atividade física;
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trabalho físico intenso, movimentos repetitivos, entre outro;
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obesidade.
Como aliviar a dor nas costas?
Primeiramente, precisamos destacar que é recomendado buscar um médico especialista para entender todas as causas da dor nas costas e estabelecer uma rotina de tratamento para que o problema seja aliviado o mais rapidamente possível.
Estudos relataram que, geralmente, 50% dos pacientes com dores nas costas se recuperam em duas semanas e 75% dentro de um mês ⁵.
Veja agora o que é bom para dor nas costas.
Repouso
Em caso de dor constante ou aguda, que limite ou impeça movimentos, especialistas recomendam um repouso total de dois a três dias ⁵.
Reeducação postural
Estudos escandinavos descobriram que programas de educação postural e fisioterapia são significativos no alívio e no tratamento de dor nas costas ⁵.
Para saber como aliviar dor nas costas, foi criado um folheto com algumas recomendações, como estas ⁵:
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manter a coluna ereta por todo o tempo, respeitando a curva da lordose natural da lombar;
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em caso de dor aguda, deitar em um colchão firme no chão;
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ao sentar-se, colocar um descanso em uma das pernas e alterná-las constantemente de posição;
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preservar-se o mais relaxado possível, deitando-se no chão ou no sofá.
Atividade físicas
Os exercícios para a dor nas costas são muitíssimos recomendados. Eles ajudam a prevenir episódios recorrentes e melhoram os desconfortos, principalmente a natação em piscinas aquecidas.
A atividade física reduz a quantidade de lesões musculares, aumenta a flexibilidade da coluna vertebral e também melhora o condicionamento muscular ³.
E ainda podemos citar tratamentos como ⁵:
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medicamentos anti-inflamatórios com prescrição médica e em caso de dor aguda;
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hidroterapia;
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estimulação elétrica nervosa transcutânea;
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crioterapia ou radiofrequência;
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massagem de fricção profunda;
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acupuntura;
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entre outros.
Leia mais: Exercícios para meia idade: TUDO que você precisa saber
Não ficar muito tempo sentado
O modelo da coluna vertebral não foi feito para ficar tanto tempo sentado, podendo gerar fadiga, dores lombares e cervicais e até cãibras ³.
A posição sentada aumenta a pressão entre os discos vertebrais em cerca de 35% mais do que na postura em pé, reduzindo também a circulação de retorno das veias dos membros inferiores ³.
Já que a postura sentada se tornou frequente em muitos trabalhos e em escolas, por exemplo, deve-se ter a disciplina de não passar longos períodos sentado, levantando-se de tempos em tempos para “esticar as pernas” e, claro, a coluna também!
Isto é, há diversos fatores do que pode ser dor nas costas. O importante é entender como solucionar alguns deles para melhorar os desconfortos e evitar a adaptação natural da coluna às posturas inadequadas.
Busque formas de aprender como melhorar a dor nas costas e ter uma vida mais dinâmica, leve e prazerosa.
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Ferreira, Gustavo D., et al. Prevalência de dor nas costas e fatores associados em adultos do Sul do Brasil: estudo de base populacional. Brazilian Journal of Physical Therapy 15 (2011): 31-36.
Mercúrio, Ruy. Dor nas costas nunca mais. Editora Manole Ltda, 1997.
Vey, Ana Paula Ziegler, Alyssa Conte da Silva, e Francisco Solano Trindade de Lima. Análise de dor nas costas em estudantes de graduação. Disciplinarum Scientia| Saúde 14.2 (2013): 217-225.
ACHOUR, JR. A. Estilo de Vida e Desordem da Coluna Lombar: Uma Resposta dos Componentes da Aptidão Física Relacionada à Saúde. Revista Brasileira de Atividade Física e Saúde, v. 1, n. 1, p. 36-56, 1995.