
Por muitos anos, o consumidor brasileiro comprou a melatonina importada dos Estados Unidos porque aqui no Brasil o composto sintético era vendido apenas em farmácias manipuladas e com receita médica.
Entretanto, em outubro de 2021 foi liberada pela Anvisa1 a produção e comercialização da melatonina como suplemento alimentar, sem precisar de prescrição para comprar.
Ainda assim, é preciso atentar-se às restrições: a substância é destinada exclusivamente a pessoas com idade igual ou maior que 19 anos e para o consumo diário máximo de 0,21mg.1
Essa autorização traz mais segurança àqueles que desejam tomar, já que não precisam mais se preocupar em como importar melatonina. Além disso, a liberação pela Anvisa proporciona mais tranquilidade para o uso do suplemento.
Mas, afinal, o que é e para que serve essa substância? Por que tantas pessoas buscavam comprar melatonina importada? Atualmente, quais opções existem além da importação? Continue a leitura e saiba mais!
O que é melatonina?
A melatonina é um hormônio produzido pela glândula pineal,2 no cérebro, responsável pelo controle do ritmo circadiano, que é a maneira pela qual nosso corpo se adapta à duração do período claro e do escuro (ou seja, dia e noite).
Dessa maneira, sincroniza as funções fisiológicas com a duração de um dia (aproximadamente 24 horas).3
É popularmente conhecida também como “hormônio do sono” ou “hormônio do escurecer”. Isso porque a melatonina sinaliza o início da noite e sua duração, já que a principal enzima envolvida na sua síntese é estimulada pela escuridão e a presença de luz faz com que ela seja destruída.3
Tudo isso mostra a importância da melatonina para o nosso organismo, já que é responsável pelos ciclos de sono. Apesar de ser algo natural, conforme vamos envelhecendo, normalmente ocorre uma diminuição da produção do hormônio.2
Para esses casos, pode-se recomendar o uso da melatonina sintética, que funciona como um indutor de sono.2 Afinal, uma boa noite de sono é fundamental para o descanso do organismo e preparação para o dia seguinte. Isso porque, dormir bem:4
- ajuda a eliminar as toxinas acumuladas durante o dia;
- contribui para o processo de organização da nossa memória;
- auxilia o equilíbrio físico, mental e emocional das pessoas;
- fortalece o sistema imunológico;
- tem grande importância para o bom funcionamento do cérebro.
Então, como vimos, o suplemento de melatonina tem seu uso estabelecido para auxiliar pessoas com alguns distúrbios do sono,5 melhorando a qualidade de vida e bem-estar. Então, nesses casos, é necessário comprar melatonina importada?
Como vimos, a Anvisa recentemente liberou a comercialização1 do composto no Brasil. Mas o que exatamente isso significa? Vamos falar um pouco mais sobre isso.
É necessário comprar melatonina importada?
Para entender a questão da melatonina importada dos Estados Unidos, é relevante pensar no histórico do suplemento no Brasil. Em 2016, uma farmácia de manipulação recebeu o direito de importar e comercializar a melatonina.
Essa autorização estendeu-se para as outras empresas do setor. Como ela já era liberada em outros países, acabou facilitando sua aceitação no país, mesmo que ainda precisasse de prescrição médica.
Entretanto, o que começou a ocorrer é que alguns consumidores, quando viajavam para o exterior, acabavam aproveitando a oportunidade para comprar os suplementos de melatonina para uso próprio.
Além disso, por conta dos seus benefícios, muitas pessoas estavam interessadas em saber como importar melatonina.
Todas essas questões ajudaram para a popularização desse tipo de tratamento no país, o que levou a um aumento nos pedidos para que a Vigilância Sanitária liberasse a venda sem prescrição médica, como aconteceu no final de 2021.
Então, agora os consumidores não precisam mais se preocupar em comprar a melatonina importada, já que a sua comercialização no Brasil está liberada.
Entretanto, por mais que não seja necessário apresentar a receita para a compra, existem algumas recomendações da Anvisa para o consumo do suplemento, como veremos a seguir.
Onde comprar melatonina no Brasil?
Primeiramente, devemos entender que a classificação do composto feita pela Anvisa é de que a melatonina é um suplemento alimentar.1 Isso significa que tanto drogarias comuns e farmácias de manipulação quanto outros estabelecimentos que vendem suplementos podem comercializar a melatonina sintética.
Além disso, por ser caracterizado como um suplemento alimentar, elimina a necessidade de prescrição médica, já que não se trata de um medicamento.
Atualmente, a indústria farmacêutica brasileira já atua na produção e venda do composto. Um dos maiores exemplos é a Vitasay, que lançou a própria melatonina de 0,20mg em comprimidos orodispersíveis que dissolvem na boca e não necessitam de água para ingerir.
Ou seja, essa é uma alternativa do hormônio do sono que pode ser encontrada facilmente nas farmácias brasileiras, sem precisar se preocupar em comprar melatonina importada dos Estados Unidos.
Quem pode tomar melatonina?
Como vimos, a melatonina sintética é utilizada por pessoas que possuem problemas para dormir ou insônia. Mas as recomendações terapêuticas aprovadas vão além disso, sendo indicada também para:6
- auxiliar no tempo total de sono ou na qualidade do sono em pessoas sofrendo de restrição ou rotina alterada de sono;
- auxiliar na prevenção e redução dos efeitos do jet lag;
- auxiliar a reduzir o tempo de adormecimento em pessoas que demoram a dormir;
- auxiliar a ajustar o ritmo circadiano do corpo;
- indutor do sono para alívio da insônia ocasional;
- regulador do ciclo vigília-sono;
- alívio sintomático de quadros temporários de insônia associados a estados de inquietação;
- tratamento a curto prazo da insônia primária em pacientes com 55 anos ou mais.
Ainda assim, é importante lembrar que segundo o registro na Anvisa,1 o uso permitido do suplemento é apenas para pessoas acima de 19 anos, com dose diária máxima de 0,20mg.
Caso não tenha resultados com essa dosagem, é necessário consultar um especialista.
Além disso, a melatonina importada ou comprada no Brasil não é indicada para gestantes, lactantes, crianças, pessoas que desempenham atividades que demandam atenção elevada e pacientes com certas comorbidades, como câncer e hipertensão.
Então, se estiver dentro de um dos grupos citados nas contraindicações, converse com seu médico para saber se o uso é realmente seguro.
Agora que você já sabe que não precisa se preocupar em como importar melatonina para tomar o suplemento, confira outros conteúdos que podem interessar:
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Para mais dicas e informações sobre o hormônio do sono, continue ligado em nosso portal. Até mais!
Referências consultadas
1. Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA). Anvisa autoriza melatonina na forma de suplemento alimentar. Disponível em <https://www.gov.br/anvisa/pt-br/assuntos/noticias-anvisa/2021/anvisa-autoriza-a-melatonina-na-forma-de-suplemento-alimentar>. Acesso em janeiro/22.
2. Departamento de Medicina Clínica-UFC. IMPORTÂNCIA DA MELATONINA NA REGULAÇÃO DO SONO E DO RITMO CIRCADIANO- UMA ABORDAGEM CLÍNICA. Disponível em <http://www.sbpcnet.org.br/livro/57ra/programas/conf_simp/textos/veralicebruin.htm>. Acesso em janeiro/22.
3. Revista UCS. COMPASSO QUE VARIA DE PESSOA PARA PESSOA. Disponível em <https://www.ucs.br/site/revista-ucs/revista-ucs-15a-edicao/no-ritmo-do-relogio-biologico/>. Acesso em janeiro/22.
4. Portal Fiocruz. Dormir bem é fundamental para a saúde, alertam especialistas. Disponível em <https://portal.fiocruz.br/noticia/dormir-bem-e-fundamental-para-saude-alertam-especialistas>. Acesso em janeiro/22.
5. Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia (SBEM). POSICIONAMENTO DA SBEM SOBRE A MELATONINA. Disponível em <https://www.endocrino.org.br/media/uploads/PDFs/posicionamento_sobre_melatonina_sbem.pdf>. Acesso em janeiro/22.
6. Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA). Análise de informações sobre segurança e eficácia da melatonina. Disponível em <https://www.gov.br/anvisa/pt-br/assuntos/noticias-anvisa/2021/proposta-de-consulta-publica-inclui-a-melatonina-como-constituinte-autorizado/analise-da-seguranca-e-eficacia-da-melatonina_versao-para-publicacao.pdf>. Acesso em janeiro/22.