Imagem do post Entenda por que a latência do sono é um assunto que merece atenção especial

Você sabe o que é latência do sono? Pode ser que você não reconheça esse termo, mas isso é algo que todos nós possuímos, em diferentes níveis. 

Basicamente, a latência do sono mostra o tempo que você precisa para sair do estado de alerta, acordado, para o completo sono. ¹ 

Em outras palavras, é o tempo que você leva para adormecer. ¹ 

Esse tempo é variável, ou seja, enquanto uma pessoa pode ter facilidade para pegar no sono, outra pode levar minutos ou até mesmo horas para conseguir adormecer.  ¹ 

Você certamente conhece uma pessoa que dorme rápido e de forma quase instantânea. Basta estar em um local calmo e um pouco mais confortável para que ela caia no sono.  

Por outro lado, existe aquele grupo que demora um pouco mais para entrar no estado de sono, o famoso “rolar na cama” antes de dormir.  

Algumas pessoas possuem uma latência do sono tão alta que sentem sonolência durante o dia, mesmo quando ainda está longe da hora de repouso.  ¹ 

Isso pode ser prejudicial, afinal, pode dificultar a realização de atividades simples pelo excesso de sono. Além de também indicar um possível transtorno de sono. ¹ 

Quando isso passa a acontecer, o mais indicado é realizar um teste de latência múltipla do sono para descobrir qual o tempo exato que você leva para adormecer. ¹ 

Abaixo, você pode entender um pouco mais sobre a latência do sono e como funciona o exame que detecta a sua rapidez. Continue a leitura e descubra! 

Afinal, o que é latência do sono?  

Latência do sono é o tempo gasto por uma pessoa para a transição de vigília (acordado) para o sono total. ¹ 

Esse tempo varia de pessoa para pessoa, mas normalmente fica entre 10 a 20 minutos, um parâmetro considerado saudável. ² 

É importante que a latência do sono seja observada, pois pode indicar a qualidade do sono.  

Uma pessoa que adormece antes, em um tempo menor que oito minutos, por exemplo, geralmente possui sonolência excessiva. ² 

Quando passa dos 20 minutos, também não é o ideal. Em ambos os casos, é preciso investigar um possível distúrbio do sono. ² 

Testes de latência do sono 

Certamente você sabe se tem facilidade para dormir, mas o tempo exato que demora provavelmente não.  

Para fazer essa avaliação e chegar a uma conclusão, um profissional da saúde pode solicitar testes de latência do sono.  

Os exames mais comuns são o teste de latência múltipla do sono, o teste de manutenção de vigília e a polissonografia. Eles ajudam a diagnosticar possíveis transtornos do sono. ² 

Abaixo, você pode entender melhor qual a finalidade de cada teste.  

Teste de latência múltipla do sono  

Esse exame é o mais comum para detectar a latência do sono de um paciente. Normalmente, ele é indicado para pessoas que se queixam de muita sonolência durante o dia. ³ 

Assim, o teste de latência faz o controle exato do tempo em que uma pessoa leva para adormecer. ³ 

Para isso, o paciente é colocado em um ambiente calmo, de dia, e precisa tirar entre quatro a cinco cochilos com uma média de duas horas entre elas. ³ 

O exame apresenta o tempo que ele gasta para sair do estado de vigília e cair no sono. Quando esse resultado ultrapassa os 20 minutos, o cochilo é cancelado e se registra uma latência alta. ³ 

Agora, se o paciente dorme dentro do tempo esperado, o exame continua, dessa vez, observando a atividade cerebral para diagnosticar também a latência do sono REM. ³ 

Para garantir que os resultados sejam os mais fiéis possíveis ao que acontece com o paciente diariamente, normalmente o médico também solicita uma polissonografia, um exame conhecido como estudo do sono.  4 

Assim, é possível saber se a pessoa não estava apenas cansada demais no dia do teste de latência, mostrando se o paciente dormiu bem e o suficiente na noite anterior. 4 

Juntos, os dois exames ajudam a identificar ou descartar a presença de distúrbios do sono.  

Teste de manutenção da vigília 

Já, ao contrário do teste de latência múltipla do sono, o teste de manutenção de vigília é indicado para pessoas que possuem dificuldade para adormecer. 5 

Isso porque ele mostra quanto tempo a pessoa consegue resistir ao sono. 5 

Da mesma forma que o teste de latência, o paciente faz esse exame durante o dia, onde fica em um local calmo, em um ambiente propício para cochilos. 5 

Quando a pessoa dorme rápido demais (em menos de 8 minutos) ou se passa todo o exame, que normalmente dura 40 minutos, acordado, pode ser sinal de que há um distúrbio do sono. 5 

Se é identificado que a pessoa leva muito tempo para dormir, o profissional de saúde passa orientações para a diminuição da latência do sono.  

Polissonografia  

Por fim, entre os testes que mostram a latência do sono, temos a polissonografia.  

Diferente dos outros dois, esse exame é realizado durante a noite, pois seu objetivo não é medir a sonolência diurna, mas analisar a qualidade do sono noturno. 4 

Em geral, na realização do exame, o paciente passa a noite em uma clínica, hospital, onde seu sono será monitorado durante toda a noite. 4 

Nesse exame também é possível descobrir a latência do sono, já que assim que as luzes são apagadas o paciente já começa a ser monitorado. 4 

Assim, é possível identificar, por meio das ondas cerebrais, quando a pessoa pegou no sono total. 4 

Além disso, a polissonografia mostra a atividade cerebral, o fluxo de ar, movimentos corporais, nível de oxigênio no sangue, pulso e até o volume do ronco. 4 

Tudo isso ajuda a analisar se o paciente possui algum distúrbio do sono. Para ser ainda mais eficiente, normalmente é solicitado uma polissonografia com teste de latência múltipla. 4 

Agora você sabe o que é latência do sono, qual o tempo ideal para uma pessoa saudável adormecer e quais os exames que ajudam a identificar essa média. 

Se você fica muito tempo “rolando” na cama sem conseguir pegar no sono ou se dorme muito facilmente, até mesmo quando deveria estar acordado, talvez seja hora de procurar por uma avaliação médica. 

Aproveite para conferir também em nosso blog outros conteúdos sobre transtorno do sono e dicas para dormir melhor.  

Referências consultadas 

1. Shrivastava D, Jung S, Saadat M, Sirohi R, Crewson K. How to interpret the results of a sleep study. J Community Hosp Intern Med Perspect. 2014 Nov 25;4(5):24983. Disponível em <https://pubmed.ncbi.nlm.nih.gov/25432643/>. Acesso em fevereiro/2022.  

2. Jung DW, Hwang SH, Chung GS, Lee YJ, Jeong DU, Park KS. Estimation of sleep onset latency based on the blood pressure regulatory reflex mechanism. IEEE J Biomed Health Inform. 2013 May;17(3):534-44. Disponível em <hhttps://pubmed.ncbi.nlm.nih.gov/24592456/>. Acesso em fevereiro/2022. 

3. Arand DL, Bonnet MH. The multiple sleep latency test. Handb Clin Neurol. 2019;160:393-403. Disponível em <https://pubmed.ncbi.nlm.nih.gov/31277864/>. Acesso em fevereiro/2022.  

4. Ersu R, Proulx F. Multiple Sleep Latency Test. Am J Respir Crit Care Med. 2020 Mar 1;201(5):P9-P10. Disponível em <https://pubmed.ncbi.nlm.nih.gov/32108527/>. Acesso em fevereiro/2022.  

5 Doghramji K, Mitler MM, Youakim JM. A normative study of the maintenance of wakefulness test (MWT). Electroencephalogr Clin Neurophysiol. 1997 Nov; 103(5): 554-562. Disponível em <https://www.ncbi.nlm.nih.gov/labs/pmc/articles/PMC2424234/>. Acesso em fevereiro/2022.